Era preciso esperar mais alguns meses até que restasse ossos limpos, cabelo, barba, dentes e cartilagens duras já devidamente livres do apetite das larvas.
Esse era o ponto que interessava a Plininho.
Angústia, de Graciliano Ramos – Um romance excepcional com narrativa em primeira pessoa
“Aos domingos iam ao cinema, juntos, de braço dado, bancando marido e mulher – ele com ar bicudo e saciado, ela bem-vestida como uma boneca e toda dengosa. Seda, veludo, peles caras, tanto ouro nas mãos e no pescoço que era uma vergonha”.
Por que escritores e artistas adoram os gatos? – Tenho a minha teoria
É imensa a lista de escritores, artistas, pessoas criativas e interessantes que amam os gatos. Ficamos com alguns representantes: Charles Baudelaire, Jorge Luiz Borges, Ernest Hermingay, Salvador Dali, Henri Matisse, Andy Warhol, Picasso.
Realismo fantástico – E a lenda do gigante na madrugada de Maracás
A lenda vem dos anos 1950, um tempo remoto em que as assim denominadas, moças de família, deviam casar virgens, embora as mais espertinhas dessem suas escapadelas para encontros noturnos com seus crushes.
O primo Basílio, de Eça de Queiroz – Narcisismo perverso em dois personagens
A seu modo, cada um dos personagens responde com galhardia às características dos transtornos de personalidade, antissocial e narcisista – são egoístas ao extremo, invejosos, ausentes de empatia, cruéis – dentre outros defeitos graves.
A Caverna, de José Saramago – E a sensação de quando se passa horas dentro do shopping
Ler o grande escritor português José Saramago (foto) não é tarefa das mais fáceis para um leitor comum. Livre como um pássaro, Saramago tem um estilo de escrita que pode assustar aos desavisados, quando no lugar de dois pontos aparece uma vírgula, uma vírgula vem antes de uma maiúscula e o pensamento parece seguir sem freio, com diálogos sem travessão, muitas digressões e outras particularidades.
Pedra Bonita, de José Lins do Rego – A Jonestown do Nordeste brasileiro fanático
O que interessa aqui são os pontos que ligam Jim Jones a João Ferreira. O primeiro promoveu a matança de trezentas pessoas. O segundo, convenceu mais de novecentas pessoas a cometerem um “suicídio revolucionário” na Guiana no ano de 1978.
Lev Tolstoi e A morte de Ivan Ilitch – Semelhanças com A metamorfose?
Girando naquelas gôndolas com desconto, descobri, numa deliciosa livraria de Braga, em Portugal, uma novela de Tolstoi: A morte de Ivan Ilitch, uma edição muito atrativa da editora Leya, com tradução de António Pescada.
Nostalgia pós-leitura. Você sofre dessa mal?
Como uma fatia gostosa de bolo, avalio e lamento: daqui a pouco vai acabar. No caso de um doce, dá para pedir outro pedaço e tudo bem. O livro, não. Acabou, acabou.
Eça de Queiroz em A Relíquia – Crítica ácida e diversão garantida
Embora seja um mentiroso contumaz, Raposão não mente ao leitor. Desde o início, ele fala sem rodeios, com detalhes sórdidos, da forma como age e porquê.