Quer escrever bem?
- Pare de ler bobagem
Você é um leitor eventual, desses que leem um best-seller a cada dois anos? Ou é daqueles que leem um livro por mês?
Aqui não vai nenhum julgamento, afinal, ler é um habito motivado por um gosto pessoal como outro qualquer.
O que não dá para negar são os benefícios da leitura constante, como ampliar o vocabulário, descobrir mundos e culturas, treinar a mente para um pensamento mais crítico. Além de ser, para quem gosta, uma delicia, ótimo passa tempo, e uma companhia melhor que muitas companhias de carne e osso.
Seja você é um leitor constante, ou não, preste atenção no que você lê, principalmente se precisa escrever por profissão ou tem o sonho de ser um jornalista ou um escritor.
Os bons escritores, consagrados, não o são por acaso. Além do público vasto que conquistaram, eles passaram pelo crivo dos críticos literários.
Bons autores inspiram boas escritas
Se você ler somente bobagem, isto é, livros da moda, com uma escrita muito elementar, você vai escrever assim também, ou até bem pior. Ao contrário, se experimentar autores mais complexos, com textos mais elaborados, novas sinapses serão criadas no seu cérebro, você vai se inspirar.
Uma amiga minha começou a ler Charles Bukowski a partir do Cronica de um amor louco – e detestou. Ela o achou muito repetitivo, sempre falando de bebedeira, ressaca, muitos palavrões…
Mas alguma coisa nesse escritor, que é de fato muito particular, a inspirou a escrever um conto. Ao ter contato com o talento de Bukowski ela se deu conta de como estava sendo plana e monótona na forma de contar uma história. Foi como se alguma coisa dentro dela tivesse destravado, abrindo para possibilidade de narração mais criativa. Esse seu conto foi premiado, e eu posso garantir que ela deve isso a Bukowski. Não se trata de imitação de estilo, até porque ela não tinha gostado tanto dele assim. Mas é porque é assim que a coisa funciona. Se quer ampliar sua mente e sua capacidade de escrita, leia bons livros, bons textos, autores que instiguem.
Você pode se perguntar: a que me serve escrever bem se não quero ser escritor, nem jornalista?
O tempo da carta já passou faz um tempinho, mas, e aquele mail de trabalho, quando é necessário se comunicar de maneira clara e inequívoca, transmitindo tudo aquilo que se deseja, de fato, dizer, e não uma mensagem truncada que deixa margem de dúvida e pode causar mal-entendidos?
Basta uma vírgula fora do lugar para mudar o sentido. Basta um erro grosseiro de gramática para comprometer sua reputação de bom profissional.
Por falar disso, eu fico muito atenta as novas grafias. Nada mais datado do que um acento que há muito já deixou de ser usado, é uma demonstração que se está desatualizado.
Com relação a leitura, não precisa forçar a barra lendo livros densos, intelectuais, que não são prazerosos a você, ou artigos complexos de jornais. Contudo, selecionar aquilo que você vai ler é importante, sim.
Se é um aspirante a escritor, jornalista, tem obrigação de ler muito e ler com qualidade. O mesmo vale para um estudante que vai prestar vestibular ou Enem, escrever vai somar pontos fundamentais na redação. Se não é nem um, nem outro, o conselho continua valendo porque, se não é analfabeto, hora ou outra terá que escrever.
Evite os livros inúteis, superficiais, pobres de ideias, cheios de clichês, frases feitas, ditas milhões de vezes. A literatura mundial e nacional tem um universo amplo e rico de autores e histórias interessantes, profundas e divertidas que vão te entreter.
Leia menos e melhor. Pense nisso a próxima vez que for gastar seu tempo precioso lendo um livro, uma revista…